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Como você pode identificar se seus sintomas são do fígado e de cirrose hepática

Atualizado em: 21/02/2024
Por Dr. Paolo Salvalaggio
CRM: 143673 | RQE : 58423 - Cirurgia do aparelho digestivo
Sumário

A cirrose hepática é uma doença silenciosa, assim como outras que acometem o fígado, e nem sempre provocam sintomas. Entretanto, quadros como esse podem provocar alterações laboratoriais, fadiga e hemorragia por varizes do esôfago.

A Imagem Mostra As Mãos De Duas Pessoas Apoiadas Em Uma Mesa. Elas Estão De Frente Uma Para A Outra. As Mãos Do Lado Esquerdo Estão Entrelaçadas E As Mãos Do Lado Direito Estão Anotando Escrevendo Em Uma Prancheta Médica.
Como Você Pode Identificar Se Seus Sintomas São Do Fígado E De Cirrose Hepática 2

É bastante comum as pessoas associarem dores abdominais, alterações intestinais, gosto amargo na boca, enjoo e vômitos a problemas relacionados ao fígado. No entanto, essas condições geralmente são de origem dispéptica e não são provocadas por alterações hepáticas.

Na verdade, as doenças que acometem o fígado costumam ser silenciosas e isso também ocorre com a cirrose. Essa condição geralmente é assintomática quando ainda no começo, passando a manifestar sintomas apenas quando já está em um estágio mais avançado.

Mesmo assim, em alguns casos ocorrem sinais de que algo está errado com o fígado, e neste artigo mostraremos como podemos identificar esses sintomas para buscar a ajuda de um especialista. Continue lendo para conferir:

O que não é sintoma de problemas no fígado?

Talvez você já tenha ouvido alguém afirmar que gosto amargo na boca, dores abdominais, enjoos e vômitos estão relacionados com problemas no fígado. Muitos pacientes procuram o médico com essa crença construída, até mesmo porque diversas informações erradas são veiculadas por canais de comunicação, como a televisão e a internet.

Entretanto, esses sinais costumam se manifestar em função de outras doenças digestivas, sendo a maioria delas decorrentes de quadros dispépticos. Logo, esses desconfortos costumam estar associados ao refluxo gastroesofágico, esofagite, gastrite, úlceras e até mesmo intolerâncias alimentares, como aquelas relacionadas à lactose e ao glúten.

Portanto, a sensação de empachamento, a má digestão, o estufamento, entre outros, não são sinais de problemas no fígado. Inclusive, geralmente as doenças hepáticas são silenciosas e não provocam dor; em especial quando ainda estão em estágio inicial e provocam alterações muito sutis no funcionamento do órgão.

Quais são os sinais de que algo está errado com o fígado?

Como você viu, as doenças hepáticas podem ser difíceis de diagnosticar por meio de sintomas, uma vez que elas são silenciosas. Dificilmente o paciente terá dor por causa de um problema hepático, a não ser que haja uma inflamação grave do órgão, como em quadros de hepatite, ou se houver uma pressão sobre ele, o que ocorre na presença de tumores.

A manifestação de sintomas está relacionada com o tempo da doença, bem como a gravidade de cada quadro. Geralmente são percebidas alterações laboratoriais quando na realização de um exame de sangue, por exemplo.

Logo, os sintomas serão mais facilmente identificados quando na ocorrência de um problema mais intenso, como a já citada hepatite. E isso acontece porque o fígado tem a capacidade única de se regenerar.

Mesmo que ele sofra agressões e lesões ao longo do tempo, consegue se recuperar delas sozinho, retornando a sua forma, tamanho e função inicial. Mas isso não significa que seja um órgão inatingível, uma vez que mesmo esse processo de regeneração pode trazer problemas para o seu funcionamento.

É isso que acontece em quadros de cirrose. Ela é uma doença que evolui de forma lenta em função da formação de tecidos cicatriciais no fígado, formando a fibrose. Esses tecidos não cumprem as mesmas funções daqueles originais do fígado, logo, o órgão aos poucos para de funcionar.

Quais são os sintomas da cirrose hepática?

A cirrose hepática pode ser provocada por diversas causas, como hepatites virais, o consumo abusivo de álcool e a esteatose. Seja qual for a causa, a agressão por tempo prolongado leva à manifestação desse problema por causa da tentativa do fígado se regenerar.

Esse esforço provoca o bloqueio do fluxo sanguíneo e da bile, e esse processo é o que leva à formação de cicatrizes. O fígado, com o tempo, endurece, passa por uma alteração de tamanho e de forma. Essas mudanças é que levam à manifestação dos sintomas características da cirrose.

Como outras doenças hepáticas, a cirrose pode provocar alterações laboratoriais isoladas e silenciosas, bem como sinais inicialmente sutis, como a fadiga e a hipoalbuminemia. Entretanto, casos mais avançados podem causar:

  • ascite (barriga d'água);
  • hidrotórax (acúmulo de água no espaço pleural);
  • inchaço nas pernas;
  • falência renal;
  • sangramento pelas gengivas, nariz ou pele;
  • vômito ou fezes com sangue;
  • icterícia (amarelão);
  • confusão mental, como esquecimento, desorientação e até mesmo coma.

Existem, ainda, manifestações relacionadas às alterações hormonais, como:

  • perda da libido;
  • impotência sexual;
  • esterilidade;
  • alterações menstruais;
  • perda de pelos;
  • aumento das mamas (em homens).

Alguns quadros são decorrentes da cirrose, por isso, manifestam outros sintomas que não são específicos da doença hepática, mas vêm acompanhados dela, sendo:

  • perda de peso;
  • cansaço;
  • fraqueza;
  • tremores;
  • câimbras;
  • alterações do sono;
  • queda de cabelo;
  • unhas quebradiças;
  • perda de massa muscular;
  • desnutrição;
  • coceira;
  • escurecimento da pele.

Mesmo os sintomas de doenças hepáticas e da cirrose sendo diferentes daqueles provocados por outras alterações digestivas e a dispepsia, é sempre importante tirar a dúvida com um especialista. Então, ao sentir desconfortos, busque ajuda médica para obter um diagnóstico preciso e saber quais são as causas dessas manifestações.

Dr. Paolo Salvalaggio

Dr. Paolo Salvalaggio

CRM: 143673 | RQE : 58423 - Cirurgia do aparelho digestivo
O Dr. Paolo Salvalaggio é Mestre e Doutor em Cirurgia. Realizou Pós-doutorado e Fellow nos Estados Unidos. É Especialista em Cirurgia Digestiva, Videocirurgia e Cirurgia Robótica. Atua há mais de 25 anos como cirurgião do aparelho digestivo. Concentra Atuação no Tratamento de Hérnias da parede abdominal, Refluxo Gastroesofageano e dos problemas do Fígado, Pâncreas e Vias Biliares.

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