Quando é necessário operar a hérnia inguinal?

Atualizado em: 18/06/2024
Por Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio
Sumário

A hérnia inguinal é a protrusão de uma pequena porção do intestino, de gordura intrabdominal ou de outros órgãos pela parede abdominal. Isso acontece em função de um enfraquecimento da musculatura, o que permite essa projeção, mais comumente em homens, na região da virilha.

A Imagem Mostra Uma Ilustração Da Hérnia Inguinal.
Quando É Necessário Operar A Hérnia Inguinal? 2

Algumas hérnias são muito pequenas e não manifestam sintomas, outras apresentam tamanhos medianos e existem aquelas muito volumosas. Há casos em que o intestino faz o movimento para fora e de novo para dentro da cavidade abdominal. Em outros casos, o intestino pode ficar preso, o que se chama de encarceramento.

Mas em quais situações é possível conviver com a hérnia inguinal e quando é necessário fazer a cirurgia para correção dela? Existe também algum outro tratamento que seja eficaz para esse problema? São essas perguntas que responderemos neste artigo. Continue lendo para saber mais!

Quais são os tratamentos disponíveis para hérnia inguinal?

A protrusão do intestino costuma acontecer pelo anel (ou canal) herniário, que deveria ser fechado ainda durante a vida intrauterina, depois da descida dos testículos.

Quando ocorre algum problema com o fechamento dessa passagem, ou há uma fragilidade da musculatura na região, a pressão que acontece nesse local leva ao desenvolvimento da hérnia. A correção dela somente pode ser feita por meio da cirurgia.

Não é recomendado que sejam utilizadas as cintas ou faixas para prensar a hérnia. Também não existem medicamentos ou exercícios específicos que façam a correção dela. Portanto, o tratamento definitivo somente é alcançado com o procedimento cirúrgico.

Todos os pacientes precisam operar a hérnia inguinal?

Apesar de a cirurgia ser o único tratamento eficaz para correção da hérnia inguinal, não são todos os pacientes que precisam ser submetidos a esse procedimento como primeira medida. Hoje é aceitável que hérnias pequenas e assintomáticas, que não oferecem risco imediato para o indivíduo, possam ser acompanhadas. No longo prazo, a maioria dos portadores de hérnia pequena e assintomática desenvolvem dor e incomodo e precisarão buscar tratamento.

O mesmo se dá para os pacientes que, apesar de apresentarem hérnias maiores e sintomáticas, por algum motivo não podem ser submetidos ao procedimento cirúrgico, seja em função de complicações com a anestesia ou problemas de saúde.

Todos os demais que podem passar pelo procedimento cirúrgico e devem ser tratados de forma eletiva (planejada e não emergencial), uma vez que a hérnia inguinal traz bastante desconforto e pode se agravar com o passar do tempo. Em outros casos, existe uma outra complicação mais severa e preocupante, naquelas hérnias encarceradas. Estas exigem tratamento cirúrgico emergencial.

Nesse quadro, a porção do intestino que protrusou pode ser prensada e deixar de receber oxigênio e fluxo sanguíneo. Como consequência, seus tecidos sofrem um processo de necrose, com o risco de se romperem.

Qualquer hérnia inguinal pode sofrer encarceramento?

Apesar do risco de a hérnia ser estrangulada, a boa notícia é que isso não acontece em todos os casos. O risco anual de encarceramento é menor que 5% e parecem acontecer com maior frequência nas hérnias femorais e naqueles com anel herniario pequeno.

Como você pôde ver, a hérnia inguinal não é um problema que possa ser ignorado. Portanto, se você perceber sintomas como um pequeno inchaço na parede abdominal ou o aumento de volume na região da virilha ou do testículo, é muito importante procurar um médico e realizar o tratamento conforme indicado, para que não ocorram complicações maiores.

PERGUNTAS FREQUENTES - Hérnia Inguinal 

Não existe necessidade de repouso absoluto após a cirurgia. Sugere-se que não force o abdômen e a virilha, sem levantar peso e sem atividade física intensa por algumas semanas

Os Maiores riscos são de sangramento e infecção do corte. Alguns pacientes referem sensação de formigamento ou amortecimento no local por algumas semanas. A chance da falha de cirurgia (Recidiva da hernia) é menor que 1%.

Existem três maneiras de fazer a cirurgia a tradicional com cortes, corte mínimo pela técnica de laparoscopia e a versão mais moderna hoje com plataforma robótica. A diferença das três está no tamanho das cicatrizes, desconforto local e velocidade de recuperação. Todas seguem as mesmas premissas técnicas de reduzir o defeito da hérnia, geralmente com a fixação de uma tela cirúrgica.

Toda cirurgia produz alguma dor. A cirurgia tradicional com corte na região da virilha costuma incomodar o paciente por alguns dias, as vezes causa inchaço grande na região e desconforto pela sensibilidade dos nervos da região. A cirurgia por vídeo gera comprovadamente menos dor que a cirurgia tradicional e resultados preliminares com a plataforma robótica sugerem que a dor pós-operatória é ainda menor.

É raro uma hérnia estourar. Antes de estourar a mesma precisa ficar fixa no defeito herniario. A chance de isto acontecer é cerca de 2-3% ao ano. Quando a hérnia fica fixa ("encarcerada") transforma-se uma cirurgia programada, relativamente simples em algo mais complicado e emergencial. Caso a hérnia encarcerada não seja corrigida de forma emergencial depois de algum tempo pode estourar seu conteúdo.

Confira também, nosso vídeo sobre o tema:

Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira | Hepatogastro

Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio

CRM: 143673 | RQE : 58423 - Cirurgia do aparelho digestivo
O Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio é Mestre e Doutor em Cirurgia. Pós-doutorado e Fellow nos Estados Unidos. Especialista em Cirurgia Digestiva e Videocirurgia. Atua como cirurgião do aparelho digestivo, com ênfase em cirurgia de fígado, pâncreas e vias biliares.

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