A hérnia inguinal é a protrusão de uma pequena porção do intestino, de gordura intrabdominal ou de outros órgãos pela parede abdominal. Isso acontece em função de um enfraquecimento da musculatura, o que permite essa projeção, mais comumente em homens, na região da virilha.
Algumas hérnias são muito pequenas e não manifestam sintomas, outras apresentam tamanhos medianos e existem aquelas muito volumosas. Há casos em que o intestino faz o movimento para fora e de novo para dentro da cavidade abdominal. Em outros casos, o intestino pode ficar preso, o que se chama de encarceramento.
Mas em quais situações é possível conviver com a hérnia inguinal e quando é necessário fazer a cirurgia para correção dela? Existe também algum outro tratamento que seja eficaz para esse problema? São essas perguntas que responderemos neste artigo. Continue lendo para saber mais!
A protrusão do intestino costuma acontecer pelo anel (ou canal) herniário, que deveria ser fechado ainda durante a vida intrauterina, depois da descida dos testículos.
Quando ocorre algum problema com o fechamento dessa passagem, ou há uma fragilidade da musculatura na região, a pressão que acontece nesse local leva ao desenvolvimento da hérnia. A correção dela somente pode ser feita por meio da cirurgia.
Não é recomendado que sejam utilizadas as cintas ou faixas para prensar a hérnia. Também não existem medicamentos ou exercícios específicos que façam a correção dela. Portanto, o tratamento definitivo somente é alcançado com o procedimento cirúrgico.
Apesar de a cirurgia ser o único tratamento eficaz para correção da hérnia inguinal, não são todos os pacientes que precisam ser submetidos a esse procedimento como primeira medida. Hoje é aceitável que hérnias pequenas e assintomáticas, que não oferecem risco imediato para o indivíduo, possam ser acompanhadas. No longo prazo, a maioria dos portadores de hérnia pequena e assintomática desenvolvem dor e incomodo e precisarão buscar tratamento.
O mesmo se dá para os pacientes que, apesar de apresentarem hérnias maiores e sintomáticas, por algum motivo não podem ser submetidos ao procedimento cirúrgico, seja em função de complicações com a anestesia ou problemas de saúde.
Todos os demais que podem passar pelo procedimento cirúrgico e devem ser tratados de forma eletiva (planejada e não emergencial), uma vez que a hérnia inguinal traz bastante desconforto e pode se agravar com o passar do tempo. Em outros casos, existe uma outra complicação mais severa e preocupante, naquelas hérnias encarceradas. Estas exigem tratamento cirúrgico emergencial.
Nesse quadro, a porção do intestino que protrusou pode ser prensada e deixar de receber oxigênio e fluxo sanguíneo. Como consequência, seus tecidos sofrem um processo de necrose, com o risco de se romperem.
Apesar do risco de a hérnia ser estrangulada, a boa notícia é que isso não acontece em todos os casos. O risco anual de encarceramento é menor que 5% e parecem acontecer com maior frequência nas hérnias femorais e naqueles com anel herniario pequeno.
Como você pôde ver, a hérnia inguinal não é um problema que possa ser ignorado. Portanto, se você perceber sintomas como um pequeno inchaço na parede abdominal ou o aumento de volume na região da virilha ou do testículo, é muito importante procurar um médico e realizar o tratamento conforme indicado, para que não ocorram complicações maiores.
Não existe necessidade de repouso absoluto após a cirurgia. Sugere-se que não force o abdômen e a virilha, sem levantar peso e sem atividade física intensa por algumas semanas
Os Maiores riscos são de sangramento e infecção do corte. Alguns pacientes referem sensação de formigamento ou amortecimento no local por algumas semanas. A chance da falha de cirurgia (Recidiva da hernia) é menor que 1%.
Existem três maneiras de fazer a cirurgia a tradicional com cortes, corte mínimo pela técnica de laparoscopia e a versão mais moderna hoje com plataforma robótica. A diferença das três está no tamanho das cicatrizes, desconforto local e velocidade de recuperação. Todas seguem as mesmas premissas técnicas de reduzir o defeito da hérnia, geralmente com a fixação de uma tela cirúrgica.
Toda cirurgia produz alguma dor. A cirurgia tradicional com corte na região da virilha costuma incomodar o paciente por alguns dias, as vezes causa inchaço grande na região e desconforto pela sensibilidade dos nervos da região. A cirurgia por vídeo gera comprovadamente menos dor que a cirurgia tradicional e resultados preliminares com a plataforma robótica sugerem que a dor pós-operatória é ainda menor.
É raro uma hérnia estourar. Antes de estourar a mesma precisa ficar fixa no defeito herniario. A chance de isto acontecer é cerca de 2-3% ao ano. Quando a hérnia fica fixa ("encarcerada") transforma-se uma cirurgia programada, relativamente simples em algo mais complicado e emergencial. Caso a hérnia encarcerada não seja corrigida de forma emergencial depois de algum tempo pode estourar seu conteúdo.
Confira também, nosso vídeo sobre o tema:
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