A hepatite autoimune é uma doença com características genéticas, que se manifesta em sua maioria em mulheres. Assim como outras doenças hepáticas, a hepatite autoimune não apresenta sintomas no início da doença, o que dificulta o diagnóstico precoce.
No post de hoje, iremos explicar sobre a hepatite autoimune, desde o seu diagnóstico até o seu tratamento. Confira!
A hepatite autoimune é uma doença em que o seu organismo produz anticorpos que vão atacar as estruturas do fígado, porque ele não vê esse fígado como sendo um fígado próprio mas sim como se fosse um invasor, alguma coisa que vai causar mal a você, então ele ataca, devido a essa desregulação, onde ele não consegue reconhecer o fígado do próprio paciente.
Esse paciente já tem uma característica genética, onde está no DNA dele que em algum momento dessa vida ele vai ou não desenvolver essa doença. Existem algumas teorias sobre como essa doença se desenvolve, mas nenhuma foi comprovada especificamente até hoje. Mas acredita-se que a poluição, agrotóxicos, alimentos que a gente come, medicações que a gente usa e até algumas doenças como o COVID, em que a gente percebeu um aumento da incidência das doenças autoimunes após o paciente desenvolver a infecção pelo COVID. Então, existem vários fatores que vão deflagrar esse código genético que já existe no DNA do paciente e que vai fazer com que o paciente desenvolva a doença.
Essa doença é mais prevalente nas mulheres, onde ela se manifesta em duas idades específicas, que são dois picos de manifestação da hepatite autoimune, o primeiro é na mulher jovem, na adolescência, e o segundo é na mulher idosa, acima de 55 anos.
Na verdade, essa é uma doença que inicialmente não apresenta muitos sintomas, a não ser que você manifeste eles de uma forma muito aguda, que a gente chama de hepatite aguda grave, mas isso é a minoria dos casos, na grande maioria das vezes, o paciente não apresenta sintomas ou tem sintomas muito inespecíficos ao longo do dia, como se estivesse sentindo ou tivesse pegado um resfriado.
É importante ressaltar a importância de fazer o exame anual de rotina, porque todas as doenças hepáticas vão ser identificadas inicialmente pelo clínico geral, pelo resultado dos exames que mostrará caso tenha alguma alteração, como a das enzimas do fígado, que acontece quando o fígado está sendo inflamado, o que faz com que ele produza mais enzimas que o normal. E ao reparar alguma alteração, o clínico irá encaminhar para o hepatologista e o hepatologista vai dar seguimento, caracterizar, identificar e fazer o diagnóstico da doença específica do seu fígado. Existem algumas outras alterações laboratoriais específicas que o hepatologista vai procurar, que são de autoanticorpos específicos, onde ele conseguirá fazer o diagnóstico da hepatite autoimune.
Depois que o diagnóstico da hepatite autoimune é feito, a gente inicia o tratamento, que é feito inicialmente com o uso de duas medicações. O primeiro é a Prednisona, e depois de uma ou duas semanas, a gente introduz a chamada Azatioprina, que é a medicação que o paciente irá tomar para o resto da vida, e com isso a gente faz uma progressão de retirada da prednisona, mantendo-se apenas a Azatioprina, pois ela é uma medicação que tem menos efeito colateral do que a Prednisona.
Alguns pacientes me perguntam se a doença é para o resto da vida, e se o medicamento também será usado para sempre, e reposta é que na grande maioria das vezes sim, infelizmente. Mas existe uma pequena possibilidade da gente conseguir remitir essa doença e retirar a Azatioprina por alguns anos, inclusive, eu consegui fazer isso com algumas pacientes, porém, depois de um tempo ela sempre volta, porque essa é uma característica que está no seu DNA, que é uma doença genética autoimune, que não podemos curar mas podemos controlar com o uso do medicamento.
Quando o paciente responde ao tratamento, segue o mesmo e toma a medicação, essa doença é completamente controlada e a gente impede que essa doença progrida, porque se não for tratada, essa doença vai evoluir para uma cirrose do fígado, com a necessidade de transplante hepático.
O transplante não é uma cura para a doença, mesmo com um fígado novo, alguns estudos falam que em média de 3 a 5 anos após o transplante, a hepatite autoimune pode voltar para o fígado, porque o problema não está no fígado e sim nos anticorpos gerados no seu DNA, que fazem a agressão ao fígado. Então, é importante evitar que a doença chegue a esse nível, para evitar as dificuldades que o transplante pode trazer.
A aderência ao tratamento, a medicação e o acompanhamento com o hepatologista são super importantes, pois eles permitem que você viva uma vida completamente normal, sem absolutamente nenhuma restrição.
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