A cirurgia bariátrica é um procedimento importante para o tratamento da obesidade mórbida, porém, como outros procedimentos, têm suas contraindicações absolutas e relativas, como a realização em menores de 16 anos, gravidez, transtornos psiquiátricos, entre outras condições que inviabilizam a cirurgia ou a recuperação do paciente.
Geralmente, são adotadas medidas conservadoras para o tratamento da obesidade, como a reeducação alimentar, a prática de exercícios físicos e a adoção de hábitos mais saudáveis. Entretanto, nem sempre eles são capazes de entregar o retorno esperado, nesses casos o paciente pode se tornar candidato à cirurgia bariátrica.
Existem alguns critérios objetivos para que a cirurgia seja indicada, como um índice de massa corporal (IMC) maior que 35Kg/m2 e doenças relacionadas ao excesso de peso, entre outros. Mas apesar da sua grande eficiência para contribuir com a redução do peso corporal, nem sempre ela pode ser realizada. Por isso, mais importante do que saber quando a cirurgia é indicada, a equipe bem capacitada deve saber quando o procedimento não deve ser realizado, ou seja, conhecer todas as contra indicações da bariátrica.
Você sabe em quais situações esse tratamento não pode ser realizado? Preparamos este artigo para responder essa pergunta. Continue lendo para conhecer as condições e fatores que inviabilizam a cirurgia em decorrência de riscos maiores ou da dificuldade de recuperação.
A idade do paciente pode ser uma das contraindicações para realização da cirurgia bariátrica. Ela não é indicada, por exemplo, para pacientes muito jovens, com menos de 16 anos. Isso porque o organismo ainda está em fase de desenvolvimento, sendo recomendado aguardar a maturidade para a realização do procedimento. Alguns casos são descritos apenas em pesquisas clínicas e estudos científicos.
No caso dos pacientes idosos, a presença de comorbidades graves é um risco para realização da cirurgia, porém não há mais uma idade fixa que limite a realização do procedimento. Cada paciente deve ser avaliado globalmente por uma equipe experiente para analisar se o mesmo tem condições clínicas de suportar a realização do procedimento. Já existem trabalhos que mostram a segurança do procedimento em alguns pacientes selecionados acima de 70 anos.
Os transtornos psiquiátricos não controlados ou tratados podem ser uma contra indicação para a realização da cirurgia bariátrica. É o caso de problemas como ansiedade, depressão e síndrome do pânico. A pessoa pode não ter condições de compreender lidar com as alterações de humor e restrições desencadeadas pelo procedimento. Nesses casos, a avaliação do psicólogo é o primeiro passo e alguns pacientes deverão ser encaminhados e tratados por um psiquiatra antes de realizar a cirurgia.
Mulheres gestantes não podem fazer a cirurgia bariátrica. Além disso, as pacientes que pretendem engravidar devem ser examinadas para avaliar se a cirurgia pode auxiliar ou ser um problema para o desenvolvimento do feto.
É muito importante estar ciente de que o ideal é aguardar pelo menos de 15 a 18 meses depois da cirurgia bariátrica para tentar uma gestação. Isso em função das mudanças que o procedimento provoca no organismo, inclusive em relação à absorção de nutrientes, o que poderia prejudicar a formação da criança.
Por outro lado, pacientes com importantes alterações metabólicas e obesidade muito importante podem ter uma gestação de alto risco para o feto ou para elas. Nesses casos, a cirurgia pode trazer mais segurança para a gravidez.
Pacientes com vícios como alcoolismo e drogas ilícitas, também não são bons candidatos para a realização da cirurgia bariátrica. Isso porque os próprios vícios prejudicam a recuperação e também podem dificultar a compreensão do procedimento, da sua complexidade e dos cuidados necessários no pós-operatório. Além disso, esses pacientes podem ter uma tendência a aumentar o consumo dessas substâncias após a cirurgia.
No entanto, o uso pregresso não é uma contra indicação absoluta e os pacientes sem abuso de substâncias podem realizar o procedimento após a liberação psicológica e psiquiátrica.
Dependendo das condições clínicas do paciente, a cirurgia bariátrica também não é uma boa opção. Isso acontece, por exemplo, com aqueles que apresentam doença hepática grave com varizes esofágicas, doenças inflamatórias ou imunológicas no trato digestivo grave com maior risco de sangramento e sérios problemas de coagulação, entre outros.
As doenças cardíacas avançadas geralmente são uma contraindicação para realização de diversos procedimentos cirúrgicos, e isso não é diferente em relação à bariátrica. Muitas vezes as cardiopatias mais graves oferecem risco para a utilização da anestesia, assim, quando a relação risco-benefício não é boa, o tratamento não é indicado.
Além das doenças cardíacas, os pacientes podem apresentar outras condições que inviabilizam a realização da anestesia, é o caso de doenças pulmonares e renais graves. Nesses casos, devido ao risco muito alto, a equipe médica opta por não realizar o procedimento.
Sempre é considerado eventos adversos em anestesias prévias e quaisquer alergia a medicações anestésicas antes de realizar o procedimento, por isso o anestesista também é peça fundamental no momento da cirurgia. O ideal é que esse profissional faça parte da equipe e que esteja habituado a operar com o cirurgião.
Lembrando que cada paciente passa por uma avaliação física e psicológica rigorosa antes da realização da cirurgia bariátrica, uma vez que é preciso que todas as condições estejam favoráveis para que o procedimento seja bem sucedido. Portanto, somente os profissionais da equipe multidisciplinar é quem podem estabelecer a relação risco-benefício para definir se o tratamento é vantajoso ou não.
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