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Esofagite Erosiva: quais os tipos e causas?

Atualizado em: 28/07/2023
Por Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira
CRM: 174843 | RQE : 94248 - Cirurgia do aparelho digestivo
Sumário

A esofagite erosiva é classificada de acordo com o grau de inflamação da mucosa esofágica. Os critérios de Los Angeles são os mais utilizados para fazer essa classificação, que vai de A a D, sendo A os quadros de menor gravidade e D os quadros mais graves.

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Esofagite Erosiva: Quais Os Tipos E Causas? 2

A esofagite é um tipo de inflamação que acomete a parede do esôfago. Ela pode ser classificada de diferentes formas, inclusive como uma esofagite erosiva, que provoca lesões em forma de feridas. 

Esse tipo de esofagite costuma se manifestar nos quadros crônicos da inflamação, quando os tecidos do esôfago têm um contato recorrente com os ácidos provenientes do estômago. A agressão contínua à mucosa leva a um aumento da chance de ter câncer de esofago. 

Neste artigo explicamos como é feita a classificação da esofagite erosiva, o que pode causar esse problema e também suas formas de tratamento. Acompanhe!

Classificação da Esofagite Erosiva

Como explicamos na introdução, os quadros de esofagite erosiva costumam acometer os pacientes que apresentam uma condição crônica dessa inflamação. Ela se caracteriza também pela formação de feridas abertas, que podem ter diferentes graus de gravidade.

Em pacientes com sintomas de refluxo, como azia, queimação retroesternal, dor epigástrica, tosse e rouquidão frequente, o exame de endoscopia digestiva alta pode ser fundamental para excluir qualquer complicação desta doença.

Sendo assim, através do exame endoscópico, podemos classificar a esofagite erosiva de acordo com a sua gravidade utilizando a classificação de Los Angeles. Confira a seguir a lista classificatória.

Grau A

Nesse primeiro grau da esofagite erosiva estão os quadros em que percebemos uma ou mais erosões na parede esofágica, porém menores do que 5 mm.

Grau B

Aqui também podem ser percebidas uma ou mais erosões nos tecidos do esôfago. Essas feridas têm mais do que 5 mm, porém não se unem umas às outras.

Grau C

Neste caso são detectadas várias feridas que se unem umas às outras. No entanto, elas atingem menos do que 75% da circunferência do esôfago.

Grau D

Esse é o último nível de classificação de Los Angeles, são identificadas várias erosões que se unem e afetam no mínimo 75% das paredes do esôfago.

Vale lembrar que as classificações que geram maior preocupação são aquelas do grau C e do grau D. Quando elas são recorrentes, a pessoa tem um risco aumentado para o desenvolvimento do câncer de esôfago.

Causas da Esofagite Erosiva

A doença do refluxo gastroesofágico é a grande causadora dos quadros de esofagite, a inflamação dos tecidos do esôfago. Isso acontece porque no refluxo o conteúdo estomacal, composto por ácidos, retorna em direção ao esôfago causando irritações em sua mucosa, que não está preparada para receber esse tipo de secreção.

O estômago tem uma parede mais grossa e é protegido pelo muco produzido pelas suas células, já a parede do esôfago é fina e é lesionada pela acidez excessiva. Quando essa agressão acontece de uma forma recorrente, ou quando não é tratada, ocorre a esofagite erosiva com o surgimento das feridas.

Os quadros de refluxo gastroesofágico, principal causa da esofagite, acontecem com maior frequência em pessoas fumantes e que consomem grande quantidade de alimentos gordurosos e industrializados.

Tratamento da Esofagite Erosiva

O tratamento da esofagite erosiva é personalizado para cada pessoa, de acordo com a causa e a gravidade da inflamação. De toda forma, como ela é resultado do refluxo, é preciso evitar o retorno do conteúdo ácido do estômago, para cessar as agressões aos tecidos do esôfago. 

Para isso, é importante promover uma mudança de hábitos de vida, evitando o consumo de tabaco, e adotando uma alimentação mais natural e evitando as gorduras e alimentos industrializados. Muitas vezes é necessário também combater o sobrepeso ou a obesidade, pois eles favorecem os casos de refluxo.

Existem, ainda, as pessoas que apresentam hérnia de hiato, uma das principais causas do refluxo. Quando a hérnia é grande e os sintomas ou a inflamação são muito relevantes, a cirurgia é um dos tratamentos mais efetivos.

Os medicamentos podem fazer parte do protocolo, sendo os inibidores de bomba de prótons (omeprazol e demais “prazois”) e os procinéticos os mais utilizados. Essas substâncias reduzem a produção de ácidos no estômago e contribuem para uma esvaziamento mais rápido do estômago, respectivamente, evitando o refluxo.

A esofagite erosiva pode ser tratada por meio de cirurgia, quando a gravidade já atinge os graus C ou D caso a biópsia revele lesões pré malignas. Neste caso, mesmo com poucos sintomas, a cirurgia é priorizada frente ao uso de medicações.

Vale lembrar que a esofagite erosiva pode ser prevenida por meio da identificação dos sintomas do refluxo e do seu tratamento imediato.

Portanto, ao perceber com recorrência manifestações como azia, queimação, desconfortos gástricos e dor de garganta é importante procurar o médico para fazer uma avaliação e iniciar o tratamento antes que o esôfago seja lesionado. 

Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira

Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira

CRM: 174843 | RQE : 94248 - Cirurgia do aparelho digestivo
O Dr. Marcos Gouveia tem foco em Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além de procedimentos minimamente invasivos do estômago, intestino e de hérnias da parede abdominal.

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