A presença de cálculos ou pedras na vesícula biliar é chamada de colelitíase. Esse problema acontece quando a bile, substância que participa do processo de digestão dos alimentos, sofre um desequilíbrio em sua composição. Partículas de colesterol se aglutinam dando origem a essas formações.
A colelitíase nem sempre provoca sintomas, nesse caso, ela é chamada de assintomática. O indivíduo pode conviver com os cálculos sem nem mesmo saber que eles estão ali, mantendo uma vida completamente normal. Quadros como esse geralmente são descobertos acidentalmente em exames de rotina.
No entanto, é fato que a colelitíase pode trazer complicações, como a colecistite, uma inflamação que afeta a vesícula biliar. Mas então seria melhor operar para evitar o risco de desenvolver outros problemas? Essa é a melhor alternativa mesmo em quem não apresenta sintomas? Continue lendo e descubra.
Não são raros os casos de colelitíase assintomática. Na verdade, esse achado clínico está se tornando cada vez mais frequente, pois as pessoas desenvolvem as pedras na vesícula, mas não sentem nenhum tipo de incômodo.
Quando a colelitíase é sintomática ela manifesta dor abdominal, principalmente após comer, vômitos, náuseas indigestão e inchaço. Para esses pacientes a colecistectomia, cirurgia para retirada dos cálculos, é uma alternativa para recuperar a qualidade de vida.
Entretanto, não existe um consenso geral sobre a abordagem que deve ser adotada para os pacientes com colelitíase assintomática. Alguns especialistas defendem a necessidade de operar todas as pessoas para evitar complicações em longo prazo.
Porém, os pacientes que não sentem incômodos podem se manter dessa forma durante décadas ou pela vida inteira. Em alguns casos, a operação apresenta um risco maior para sua saúde do que a convivência com os cálculos, que não estão trazendo nenhum tipo de prejuízo. O risco de uma primeira crise ou complicação da colelitiase é de cerca de 2-3% ao ano.
Sendo assim, nem todas as pessoas com colelitíase assintomática são candidatas para realização da colecistectomia, outros embora não apresentem urgência para operar ou risco iminente de crise provavelmente terão sintomas no decorrer de suas vidas com risco diretamente proporcional a sua expectativa de vida. Existem alguns grupos que mesmo não apresentando sintomas e com risco acumulativo baixo precisam fazer a cirurgia, já que apresentam risco aumentado de complicações.
O paciente com colelitíase assintomática, mas que apresenta qualquer risco de neoplasia, é um candidato para a realização da cirurgia. Isso acontece, por exemplo, quando há lesões na parede da vesícula, pólipos ou vesícula em porcelana.
É verdade que as neoplasias na vesícula, ou seja, nódulos ou cânceres, não têm uma alta incidência, mas isso apenas aponta para um cuidado na indicação indiscriminada da colecistectomia. É preciso uma investigação caso a caso para definir se o paciente alcançará maiores benefícios com a cirurgia ou não.
Existe a possibilidade de a colecistectomia ser indicada em simultâneo com outra cirurgia abdominal, como para hérnia de hiato ou câncer gástrico. Mesmo assim podem acontecer algumas dificuldades técnicas, bem como a mudança da tática cirúrgica para realização desse procedimento.
Portanto, também nesse caso é estudado o real benefício e a vantagem que será alcançada com a retirada das pedras na vesícula. Considera-se, ainda, o risco envolvido e a dificuldade para o profissional, para definir se de fato é válido ou não.
O paciente tem liberdade de escolha em relação ao seu quadro de saúde. Alguns podem optar pela realização da cirurgia mesmo quando se trata de uma colelitíase assintomática. O desejo dele de retirar as pedras deve ser levado também em consideração pelo especialista.
De toda forma, o profissional fará uma avaliação completa e um aconselhamento quanto aos possíveis riscos e benefícios que serão alcançados, risco individualizado e risco acumulativo de acordo com saúde e idade. Procure um especialista para ter uma opinião personalizada sobre colelitiase assintomática.
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