A colangite esclerosante primária é uma doença autoimune do fígado, que assim como outras doenças autoimunes do fígado, essa colangite só apresenta sintomas clínicos quando está em um estágio avançado. Essa doença em muitos casos também está associada a outras doenças autoimunes que são relacionadas ao intestino.
No post de hoje, iremos explica sobre a colangite esclerosante primária, sua associação com outras doenças autoimunes e como é tratada. Continue nos acompanhando para saber mais!
A colangite esclerosante primária é uma doença autoimune do fígado, que diferente da colangite biliar primária, atinge em sua maioria os homens do que as mulheres, em uma proporção de 10 homens para uma mulher.
Uma característica interessante da colangite esclerosante primária, é que ela na maioria das vezes vem associada à outras doenças autoimunes que estão relacionadas ao intestino, as chamadas doenças inflamatórias intestinais. Dentre as doenças inflamatórias intestinais a que mais se correlaciona e vem associada e a essa colangite, é a retocolite ulcerativa
Geralmente, o paciente já está fazendo acompanhamento por causa da retocolite ulcerativa e começa a apresentar alterações das enzimas hepáticas, que são compatíveis com a doença chamada colangite esclerosante primária, e aí são dois órgãos acometidos, o intestino e o fígado. Infelizmente a doença autoimune tem essa característica, de iniciar em um órgão e progredir ou associar para outro órgão.
A retocolite ulcerativa também é uma doença que ataca a via biliar do fígado, que são pequenos canais que a gente tem dentro do fígado, responsáveis por drenar a bile que o fígado produz. Quando a gente tem esse ataque gerado pelas nossas próprias células, os autoanticorpos, a gente acaba causando uma irregularidade nesses canais, fazendo com que haja uma dificuldade na escoação dessa bile que sairia de dentro do fígado para o intestino, mas como ela não encontra o caminho, porque essa via se tornou tortuosa, então a bile fica mais retida dentro do fígado, causando alterações laboratoriais específicas no exame de sangue, e sintomas clínicos específicos.
Essa é uma doença que apresenta seus primeiros sintomas de forma laboratorial, ou seja, através de alterações no exame de sangue. Já os sintomas clínicos aparecem quando a doença já está em um nível avançado, o que chama a atenção para se investigar a possibilidade da colangite esclerosante primária. Esses são alguns dos sintomas clínicos a se observar:
Como o paciente na grande maioria das vezes já faz um acompanhamento com o gastroenterologista, o próprio médico já percebe as alterações laboratoriais antes mesmo dos sintomas clínicos aparecerem.
Um ponto que sempre será reforçado é a importância de manter uma rotina anual com o seu clínico, porque o diagnóstico precoce das doenças hepáticas se faz no consultório do clínico geral, no exame de rotina que se faz, já que no início as doenças hepáticas não apresentam nenhum sintoma, somente alterações nos exames de sangue, é importante manter esses exames em dia.
O diagnóstico desse tipo de colangite é feito através de exames de imagem, utilizando um recurso chamado colangioressonância, onde são analisadas as alterações na estrutura e na forma da via biliar, que fica dentro do fígado. Em algumas situações é necessário fazer a biópsia, mas na grande maioria das vezes é possível fazer um diagnóstico somente pela ressonância.
Após o diagnóstico a gente já inicia o tratamento, que é feito com uso de uma medicação chamada ácido ursodesoxicólico, que é extremamente importante e boa para o paciente que tem doença de via biliar. Alguns pontos importantes sobre essa medicação é que ela é oferecida de forma gratuita pelo governo federal, e é um medicamento que vai ser utilizado ao longo de toda sua vida, além disso, ela não tem quase nenhum efeito colateral.
O tratamento da doença é justamente para impedir a progressão dela, pois o ácido ursodesoxicólico regride a progressão dessa doença, mas não interrompe. Com o tratamento você consegue viver uma vida completamente normal e funcional, sem restrições, apenas lembrando-se de tomar o medicamento e manter o acompanhamento com os dois especialistas, o gastro e o hepatologista, para que a doença seja controlada de forma adequada.
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