A bile é uma substância importante para o processo de digestão dos alimentos, mas ela precisa de um equilíbrio em sua composição. Alterações como a presença excessiva de gordura no organismo, podem favorecer a formação de cálculos, ou seja, pedras. Quando elas se localizam no ducto biliar (colédoco) manifesta-se a coledocolitíase.
Essas pedras provocam sintomas incômodos e podem desencadear complicações, principalmente quando ocorre a obstrução do canal da bile. Por isso, é preciso recorrer ao tratamento a fim de eliminá-las, e é sobre isso que falaremos neste artigo.
Continue lendo para entender como é feito o tratamento da coledocolitíase e o que pode acontecer se ele não for realizado.
Antes de falarmos sobre os tratamentos da coledocolitíase é interessante explicar que existem dois tipos dessa doença. A classificação se dá em função do local onde se formaram os cálculos, sendo que o problema pode ser, portanto, primário ou secundário.
A coledocolitíase primária é aquela em que o cálculo se formou no interior do colédoco, ou seja, ele nasce ali mesmo no ducto coledoco. Na coledocolitíase secundária a formação do cálculo acontece no interior da vesícula e ele migra para o canal biliar.
O tratamento da coledocolitíase é adotado para fazer a retirada dos cálculos que estão localizados nos canais biliares. Isso é feito por meio da técnica conhecida como CPRE (Colangiografia Endoscópica Retrógrada) realizada com o auxílio de um endoscópio.
Essa técnica é a mais realizada porque é menos invasiva do que o tratamento cirúrgico. De toda forma, nos casos em que não é possível fazer a CPRE ou ela não consegue eliminar as pedras no canal da bile, pode ser adotada a cirurgia para a remoção da coledocolitiase.
Raramente a formação dos cálculos é primária, assim, na maioria dos casos a coledocolitíase se classifica como secundária. Como as pedras são provenientes da vesícula e acabam presas no ducto, nem sempre é suficiente fazer apenas a retirada dos cálculos.
Por essa razão, também é recomendado fazer a colecistectomia, geralmente na mesma internação que se realiza a CPRE. Essa técnica consiste em retirar completamente a vesícula para evitar que novas pedras se formem e migrem para o canal da bile.
Como explicamos, a CPRE é realizada com o auxílio de um endoscópio. A endoscopia, sob sedação, é feita para localizar o local onde o colédoco chega ao intestino, porque ali é feita uma injeção de contraste que mostra onde está a obstrução do ducto.
Durante esse procedimento são retirados os cálculos que estão promovendo a obstrução. Entretanto, caso não seja possível fazer a retirada deles, o especialista introduz próteses que permitem fazer a drenagem da bile para, no momento posterior, realizar outra intervenção e retirar os cálculos.
Alguns pacientes com coledocolitíase podem não apresentar sintomas, porém, a maioria deles manifesta dor abdominal forte e intensa e dor nas costas. Também ocorrem casos de icterícia (amarelo nos olhos), náuseas, vômitos, acolia (fezes esbranquiçadas), colúria (urina muito escura como coca-cola), sudorese e febre. Na presença de dor, icterícia e febre, ou sintomas mais graves que mudem a saúde geral do paciente, deve sempre se atentar para a possibilidade da ocorrência de uma infecção dos canais da bile, conhecida como colangite.
Por isso, um diagnóstico de pedra na vesícula e de coledocolitíase precisa receber acompanhamento médico. Cirurgia e CPRE são muito importantes para eliminação dos cálculos, e para que, o paciente voltará a ter qualidade de vida.
Desenvolvido por Surya Marketing Médico.