Como o fígado é um órgão vital, qualquer problema que o afeta gera preocupação, no entanto, algumas condições exigem atenção redobrada em função da sua gravidade. É isso que acontece com a cirrose, uma lesão que tende a progredir com o tempo e cujos danos não podem ser revertidos.
Isso significa que o fígado com cirrose não pode ser curado, porque uma vez que ele foi lesionado, não é possível eliminar essa lesão. Assim, é fundamental um cuidado ainda maior com o controle da doença, para que ela não provoque a falência completa do órgão.
Apesar da gravidade desse problema existem opções de tratamento e é sobre isso que nós falaremos neste artigo, principalmente para que você conheça a terapia mais adotada em casos de cirrose avançada. Continue lendo!
A cirrose se caracteriza pela formação de um tecido fibroso no fígado como resultado de lesões que o órgão sofre ao longo do tempo. As células saudáveis são destruídas e substituídas por essa cicatriz, composta por células que não cumprem a mesma função das hepáticas, ou seja, o fígado aos poucos deixa de funcionar.
Como explicamos, esse tecido fibroso não pode ser retirado do fígado, sendo assim, a parte prejudicada não volta mais ao normal e não cumpre as suas funções como antes. Por isso, a cirrose precisa ser diagnosticada no começo para que receba o devido controle, mantendo o funcionamento do órgão.
Para os casos em que ela não se encontra em um estágio grave, é possível adotar uma dieta adequada com mudança de hábitos para minimizar a progressão da doença e fazer uso de medicamentos para aliviar os sintomas. Porém, o quadro é diferente quando a cirrose já se encontra em estágio mais avançado, o que geralmente acontece por essa ser uma doença silenciosa.
Quando em estágio inicial, a cirrose pode não manifestar sintomas que gerem alerta para o indivíduo. Quando os incômodos se tornam maiores e a pessoa procura ajuda médica, geralmente a doença já está em um estágio mais avançado, com comprometimento do funcionamento do fígado.
Aqui tem início um dos desafios do tratamento da cirrose avançada, uma vez que, como dissemos, não é possível reverter a fibrose. Além disso, quando esse problema se torna grave ele traz consigo diversas complicações, desencadeando manifestações clínicas como:
Portanto, o fígado que está doente não pode ser curado, mas mesmo assim existe uma alternativa de tratamento que, na verdade, é a única opção para levar de fato à cura da cirrose em estágio avançado: o transplante de fígado.
Como o fígado doente não pode ser curado, a alternativa para garantir a saúde do paciente é fazer a substituição dele. O transplante é um tratamento recomendado tanto para pessoas adultas quanto crianças com cirrose hepática avançada, uma vez que essa doença também afeta o público infantil em função das suas diversas causas.
O maior problema do transplante de fígado é a falta de um numero adequado de doadores para o numero de pessoas aguardando cirurgia. Desta forma, a grande maioria dos países do mundos existe uma lista de espera para obter órgão. Existem alguns tipos de transplante de fígado a depender do tipo e gravidade da doença que levou a cirrose e da expectativa de tempo em lista de espera. Veja:
Nesse caso o paciente com cirrose recebe a doação de um fígado inteiro de uma pessoa em morte encefálica que a família autorizou a retirada dos órgãos. O doador tem lesão cerebral permanente e irreversível, está em UTI e passou por uma avaliação extensa para ser diagnosticado com morte cerebral.
Também realizado com a doação de um órgão de doador falecido em morte encefálica autorizado pela família. Mas, nesse caso, o fígado é dividido entre dois pacientes, sendo geralmente um adulto e uma criança.
Parte do fígado, de um familiar em ótimas condições de saúde e que passou por uma bateria de testes, é doada para o doente cirrótico. O fígado do doador se regenera rapidamente, recuperando até 90% do seu volume original sem que isso traga prejuízos para o funcionamento hepático.
Para sucesso do transplante é fundamental que o cuidado após a cirurgia seja muito rigoroso, afinal, o novo fígado é visto pelo organismo como um corpo estranho, portanto, existe o risco de complicações e rejeição. A pessoa precisa receber medicamentos que evitem esses processos, em especial durante o primeiro ano de pós-operatório, mas os cuidados seguem por toda a vida.
O resultado dos transplantes encontra-se entre os grandes milagres da medicina. Na maioria dos países do mundo a chance de um paciente que recebeu transplante de fígado sobreviver é cerca de 85-90% após um ano da cirurgia ou 75-80% após cinco anos da cirurgia, a depender da gravidade em que chegou ao transplante, causa da cirrose e outros problemas de saúde.
Confira também, nosso vídeo sobre o tema:
Resumindo, idealmente as doenças do fígado devem ser diagnosticadas no começo para receber o devido controle, evitando, assim, a sua progressão e o comprometimento das funções hepáticas que levam a cicatrização excessiva, chamada fibrose e dai a seu grau extremo chamado cirrose. A única chance de cura para cirrose em estágio avançado é o transplante de fígado. Existem varias modalidades de transplante a depender da gravidade do paciente e da expectativa de tempo em lista de espera. Os resultados do transplante encontram-se entre os grandes milagres da medicina.
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