O dia do transplante é o dia mais esperado e que os pacientes costumam ficar bastante ansiosos, mas é nesse momento que precisa ter bastante calma.
O dia do transplante é o dia mais esperado e que os pacientes costumam ficar bastante ansiosos, mas é nesse momento que precisa ter bastante calma.
No momento em que você receber a ligação de que tem um órgão sendo ofertado para transplante, ouça com bastante atenção todas as orientações e siga à risca o que for dito, por exemplo:
- saiba que horas começar o jejum;
- vá para o hospital no horário marcado;
- leve os seus exames;
- leve cintas abdominal e/ou meias (dependendo do caso);
- leve tudo o que for pedido para levar.
Quando o receptor chega ao hospital é o momento de esperar e ter bastante paciência. Para que você entenda melhor, iremos contar o lado do cirurgião.
Quando o cirurgião recebe a oferta do órgão e decide para qual paciente será bom, ele entra em contato com o centro de transplante e pede pra notificar o paciente.
Nisso, parte da equipe já está se preparando para ir ao hospital em que o doador se encontra para fazer a cirurgia de captação do órgão.
Todo esse processo de ligar para o paciente e realizar a cirurgia de captação dura de 2 a 3 horas. Porém, a cirurgia de captação pode demorar de 2 a 6 horas.
Este é o momento de avaliar o órgão porque sabemos todas as características físicas do doador, idade, sexo, motivo pelo qual ele acabou sendo doador e tipo sanguíneo compatível, mas não sabemos se o órgão será bom.
Só é possível ter certeza que o órgão será bom e vai caber na barriga do receptor depois de olhá-lo e tocá-lo. Após essa avaliação, a equipe dá o ‘ok’ para o órgão e leva ao receptor.
A partir disso será dado o 'start' para começar a fase do transplante do receptor, ou seja, serão feitos alguns exames para atualizar a condição clínica do receptor para a cirurgia.
Nesta fase, serão colhidos novos exames de sangue, eletrocardiograma e radiografia de tórax, além de sorologia porque estamos em uma pandemia do Covid-19. O paciente também é preparado para a cirurgia com tempo de jejum.
Nesse momento, a cirurgia de captação já ocorreu e o órgão está sendo transferido para o hospital onde será realizado o transplante.
Ao chegar no hospital que será realizado o transplante, o receptor e seu familiar são encaminhados ao centro cirúrgico.
Lá, alguém da equipe médica irá conversar com a família e o receptor sobre o órgão e dirá que ele está em bom estado. Após o paciente autorizar o transplante, ele será encaminhado para a sala de cirurgia.
Enquanto isso, o acompanhante é encaminhado para uma área específica onde ele ficará aguardando notícias e será atualizado de tudo do que acontece durante o transplante.
Agora ocorrem duas situações simultâneas:
Em uma mesa paralela, chamada de back table (cirurgia de mesa), o órgão estará sendo preparado, ou seja, preparam-se as veias, as artérias, o canal de bile e todos os outros detalhes para que seja implantado com segurança.
Em outra mesa, o paciente será anestesiado e depois que ele dormir alguns procedimentos serão feitos para ter segurança durante a cirurgia, por exemplo, pega a veia central e a artéria para monitorização da pressão invasiva, pega um cateter pelo canal urinário para controlar quanto xixi ele faz durante o procedimento e se passa uma sonda no nariz que vai até o estômago para aspirar todo o líquido presente ali. Essas medidas tornam a cirurgia mais segura e monitorada de forma adequada.
Após a cirurgia que prepara o órgão terminar, o transplante começa.
O transplante é dividido em três partes principais:
1 – Hepatectomia: o órgão doente é retirado.
2 – Implantação: implanta o órgão doado e faz todas as conexões do fígado novo com o organismo do indivíduo, ou seja, conecta a veia porta, a artéria hepática e o canal da bile (nome técnico: colédoco). Depois que implanta, o cirurgião verifica se o órgão está funcionando de forma correta, se tiver tudo ok, passa para a terceira parte.
3 – Fechamento da barriga: depois que o cirurgião costura a barriga do paciente, ele acorda (90% dos pacientes saem do centro cirúrgico acordados) e vai para a UTI.
Toda cirurgia de transplante de fígado é feita por cirurgia aberta, ou seja, cirurgia de laparatomia através de um corte na barriga.
Dentro da laparatomia, é possível realizar dois tipos de cortes:
- J: se faz um corte no formato de um J no abdomên.
- Incisão de Mercedes: se faz um corte no formato de um P invertido, que lembra o símbolo da Mercedes, por isso o nome.
Desenvolvido por Surya Marketing Médico.