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Seu exame encontrou Pedras no Canal da Bile? Saiba mais sobre a Coledocolitíase

Atualizado em: 21/02/2024
Por Dr. Paolo Salvalaggio
CRM: 143673 | RQE : 58423 - Cirurgia do aparelho digestivo
Sumário

A coledocolitíase é uma condição clínica caracterizada pela formação de pedras na via biliar. Os cálculos podem se formar ali ou migrar da vesícula para esse ducto, com a possibilidade de manifestar sintomas e evoluir para complicações, como inflamações e até problemas no fígado.

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Você sabia que também é possível se formarem pedras no canal da bile? Quando esse problema acontece, o quadro é denominado coledocolitíase, uma condição que pode ser classificada como primária ou secundária, dependendo da origem da pedra.

Geralmente esse problema não provoca sintomas, mas também existe a possibilidade de manifestar cólicas, febre, náuseas e vômitos, entre outros desconfortos. Porém, é possível tratar.

Quer saber mais sobre o tema? Então continue lendo o artigo e entenda exatamente como a coledocolitíase se manifesta e de que maneira é feito o tratamento dela.

O que é e quais são as Causas da Coledocolitíase? 

Quando um exame apresenta o resultado de coledocolitíase, significa que foi identificada a presença de pedras no canal da bile. Ou seja, existem cálculos na via biliar principal, que também é chamada de ducto colédoco. 

A coledocolitíase pode ser classificada de duas maneiras, sendo coledocolitíase primária e coledocolitíase secundária. 

Coledocolitíase Primária

Esse quadro é classificado como primário quando os cálculos se formam na via biliar principal. Acontece em casos mais raros, e o que leva à formação das pedras são fatores como:

  • parada prolongada da bile no canal;
  • presença de corpos estranhos;
  • infestação por vermes;
  • infecção por cistos;
  • estreitamento do canal da bile, causado por tumor, fator congênito ou trauma repetitivo.

Essas pedras se formam, geralmente, a partir de sais biliares; costumam ter uma tonalidade mais escura e são mais moles.

Coledocolitíase Secundária

Classificamos a coledocolitíase como secundária quando a pedra se forma na vesícula biliar e depois passa para a via biliar principal. Essa é a manifestação mais comum do problema, representando cerca de 95% dos casos. Geralmente as pedras se formam em função da alta do colesterol, que provoca alterações na composição da bile. 

É válido ressaltar que cerca de 5% a 18% dos pacientes que apresentam sintomas e são submetidos à cirurgia são diagnosticados com coledocolitíase.

Quais são os Sintomas da Coledocolitíase? 

Na maioria das vezes, a coledocolitíase se caracteriza como um quadro assintomático, ou seja, uma grande parte das pessoas que têm pedras na via biliar não manifesta sintomas. Esses cálculos são descobertos durante a realização de exames de imagem para verificar se há pedras na vesícula.

Porém, também existem os quadros de coledocolitíase com sintomas. Neles, a manifestação mais comum é a cólica biliar, muito parecida com aquela que ocorre em quadros de pedra na vesícula.

A pessoa também pode sentir dor no abdômen, que costuma ocorrer do lado de direito do corpo, logo abaixo da costela, e pode ser acompanhada por outras manifestações, como:

  • febre;
  • náuseas;
  • vômito;
  • falta de apetite.

Outras possíveis manifestações desencadeadas pela coledocolitíase são a icterícia, ou amarelamento dos olhos e da pele; a colangite, uma infecção que acomete os canais biliares; e a pancreatite aguda, que ocorre quando o cálculo migra para o ducto pancreático.

A coledocolitíase também pode apresentar complicações como a obstrução da via biliar principal. Quando isso acontece, surgem infecções no fígado, chamadas de abscesso hepático.

Como é feito o Diagnóstico desse problema?

Pacientes diagnosticados com colelitíase (pedras na vesícula) associada a sintomas, como icterícia e dilatação da via biliar maior do que 1 cm, despertam a desconfiança de um possível quadro de coledocolitíase.

É possível fazer um exame de ultrassom para diagnosticar a pedra na via biliar; entretanto, esse exame é capaz de detectar apenas entre 25% a 30% dos casos. Muitas vezes é necessário complementar essa investigação com outros procedimentos para obter uma avaliação mais detalhada.

O médico realiza a colangiorressonância ou a colangiografia, que pode ser feita por via endoscópica ou transparietal. A colangiografia também pode ser usada como um método de tratamento da coledocolitíase.

É possível Tratar as Pedras na via Biliar Principal?

O tratamento e a cura da coledocolitíase são possíveis. O objetivo inicial é eliminar aquilo que está causando os cálculos, o que muitas vezes está associado com a presença da vesícula biliar no organismo; uma vez que a coledocolitíase consiste em uma complicação da colelitíase.

Caso o paciente ainda não tenha removido a vesícula, é considerada a cirurgia colecistectomia videolaparoscópica para fazer a remoção desse pequeno órgão. É possível, na mesma oportunidade em que é feita a colecistectomia, fazer também a retirada da pedra presente na via biliar. 

Entretanto, na maioria das vezes a remoção do cálculo é feita por via endoscópica depois de fazer a retirada da vesícula biliar. Mas, se houver algum outro quadro em curso, como uma colecistite aguda, a colangite ou uma inflamação aguda da vesícula biliar, o especialista pode optar por fazer o tratamento primeiro da coledocolitíase por via endoscópica, antes da realização da cirurgia para retirada da vesícula.

Caso o paciente já tenha feito a retirada da vesícula, o tratamento da coledocolitíase é feito por via endoscópica. A cirurgia aberta, nesses casos, é feita apenas se esse primeiro tratamento não obtiver sucesso. 

Isso acontece geralmente quando as pedras estão maiores do que 1 cm, quando há muitas pedras ou em condições especiais de doenças da via biliar principal. Quando a extração da pedra é difícil, também existe a possibilidade do uso de ácido ursodeoxicólico, ou ursacol; e ainda, da manutenção de um stent na via biliar principal.

No caso da coledocolitíase primária, como a formação da pedra se deu na via biliar, é preciso tratar a causa da formação delas diminuindo a estase da bile. Uma opção é a confluência da via biliar e o pâncreas, feita por endoscopia ou por cirurgia.

Quando o canal da bile tem mais de 2 cm, pode ser feita a derivação biliodigestiva. Nesse caso, a via biliar é cortada fazendo a junção com um pequeno segmento do intestino, para evitar que a bile passe por uma área muito estreita; o que evita, assim, a formação de novas pedras.

Como existem diversas opções de tratamento, que variam conforme a necessidade do paciente, a coledocolitíase precisa ser investigada por um cirurgião experiente em doenças da via biliar, a fim de obter um diagnóstico preciso e a indicação correta do tratamento que trará melhores resultados garantindo a saúde da pessoa.

Dr. Paolo Salvalaggio

Dr. Paolo Salvalaggio

CRM: 143673 | RQE : 58423 - Cirurgia do aparelho digestivo
O Dr. Paolo Salvalaggio é Mestre e Doutor em Cirurgia. Realizou Pós-doutorado e Fellow nos Estados Unidos. É Especialista em Cirurgia Digestiva, Videocirurgia e Cirurgia Robótica. Atua há mais de 25 anos como cirurgião do aparelho digestivo. Concentra Atuação no Tratamento de Hérnias da parede abdominal, Refluxo Gastroesofageano e dos problemas do Fígado, Pâncreas e Vias Biliares.

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