A cirrose biliar primária é uma doença que afeta os ductos biliares localizados no interior do fígado. Eles sofrem um tipo de inflamação que leva ao desenvolvimento de cicatrizes e, consequentemente, a perda das funções hepáticas.
Quando se fala em cirrose é comum a doença ser associada ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas. No entanto, não existe apenas um tipo dessa doença, e em alguns casos a sua causa está relacionada com outros fatores, como acontece com a cirrose biliar primária.
Essa doença consiste em uma condição do próprio organismo da pessoa e pode acontecer mesmo naquelas que não consomem bebidas alcoólicas. É um problema que pode causar a falência hepática e levar o indivíduo à morte, se não for tratada corretamente.
Saiba mais detalhes a respeito desse tipo de cirrose lendo este artigo que preparamos para você. Acompanhe para conferir:
A cirrose biliar primária, também chamada de colangite biliar primária (CBP) é uma inflamação que atinge o fígado, mais precisamente, afeta os ductos biliares menores que ficam localizados no interior desse órgão, se estendendo também para as células hepáticas ao redor desses pequenos ductos.
Suas causas são diferentes de outros tipos de cirrose, geralmente provocadas por infecções virais (hepatite) ou pelo consumo excessivo de bebidas alcoólicas. A cirrose biliar primária, na verdade, consiste em uma condição natural do organismo da própria pessoa.
Ela é um tipo de doença autoimune, o que significa que o sistema imunológico da pessoa começa a atacar o fígado desencadeando um processo inflamatório. Ainda não se sabe exatamente por que isso acontece. De toda forma, é suposto que esse ataque seja desencadeado após uma exposição a vírus ou alguma substância tóxica.
A cirrose biliar primária se manifesta com mais frequência em pessoas que já apresentam distúrbios autoimunes, como é o caso da tireoidite autoimune, artrite reumatoide, síndrome de Sjögren e esclerodermia.
O fígado tem a capacidade de se autorregenerar, por isso, quando a inflamação causada pela cirrose biliar primária não é muito extensa ele consegue repor suas próprias células. Porém, conforme esse processo inflamatório se estende, o fígado desenvolve um tecido cicatricial, formando a fibrose.
Assim, os sintomas acontecem de forma gradual. Geralmente os pacientes se mostram assintomáticos quando a doença está no começo. Os primeiros sinais que ela costuma se manifestar são:
Em alguns casos a doença pode evoluir de forma rápida; em outros, isso acontece mais lentamente. Logo, existem pacientes que evoluem para um quadro grave em cerca de 3 ou 5 anos, e outros que podem permanecer 10 ou 15 anos apresentando apenas sintomas leves.
De toda forma, quando o quadro começa a se agravar os sintomas que se manifestam são:
É muito importante entender que a cirrose biliar primária é um problema que se manifesta por causa das características do sistema imunológico da pessoa, por isso, ainda não existe uma cura para ela. Porém, é possível adotar um tratamento para retardar ao máximo sua progressão.
A abordagem inclui o uso de medicamentos para controlar os sintomas e reduzir a progressão das lesões. Também são tratadas possíveis complicações desencadeadas pela cirrose biliar hepática, como a baixa absorção de nutrientes.
Nos quadros mais graves, em que há um sério comprometimento das funções hepáticas, o paciente pode ser candidato à realização de um transplante de fígado. Mas é válido ressaltar que por se tratar de uma condição autoimune a cirrose biliar hepática pode se manifestar mais uma vez em alguns pacientes. Porém, nesses casos é raro que se torne grave de novo.
Outro detalhe importante é entender que a espera pelo transplante de fígado no Brasil pode ser longa, devido à menor oferta de órgãos para transplante do que pacientes em lista de espera. Mesmo assim, são realizados cerca de 2000 transplantes todos os anos, sendo que esse procedimento ajuda a salvar muitas vidas.
Portanto, é fundamental acompanhar a saúde do fígado, principalmente no caso das pessoas que já apresentam quadros de doenças autoimunes. Dessa forma é possível preservar a saúde dele mantendo seu bom funcionamento para evitar ao máximo a necessidade de esperar pelo transplante.
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