O esôfago é um órgão muscular com formato de tubo responsável por fazer o transporte dos alimentos e líquidos até o estômago. Apesar de fazer parte do aparelho digestivo, ele é composto por um tecido diferente daquele encontrado na parede estomacal e no intestino.
Como qualquer outra parte do corpo, o esôfago pode sofrer lesões que levam a complicações diversas, sendo que o esôfago de Barrett é uma delas. Neste artigo falaremos sobre esse problema para que você entenda o que o provoca e possa se prevenir.
Continue lendo, então, para conhecer as causas do esôfago de Barrett e ainda descubra de que maneira é feito o tratamento dessa condição.
Conforme explicamos, os tecidos que compõem o esôfago não são os mesmos encontrados no estômago, sendo assim, o órgão não conta com as mesmas proteções que as paredes estomacais. Por isso, ele não pode ter contato com os ácidos que fazem a digestão dos alimentos.
No entanto, quando ocorrem episódios de refluxo gastroesofágico o conteúdo estomacal retorna pelo esôfago, que sofre agressões em função da alta acidez. Quando esses eventos ocorrem de forma isolada, em função, por exemplo, de uma refeição muito volumosa ou indigesta, não causam problemas maiores para o esôfago, porque ele tem tempo de se recuperar.
Todavia, quando os episódios de refluxo ocorrem de uma forma constante, caracterizando-se como Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE) existe o risco de o indivíduo desenvolver o esôfago de Barrett em função das agressões constantes aos tecidos.
Sendo assim, o refluxo gastroesofágico é o principal fator de risco para desenvolvimento dessa condição. Vale lembrar que refluxo está relacionado com a predisposição genética, envelhecimento, obesidade, em especial com o acúmulo de gordura na região abdominal, e também se relaciona com o tabagismo e uso abusivo de álcool.
O esôfago de Barrett é um problema que se caracteriza por transformações no tecido que compõe o esôfago. O processo recebe o nome de metaplasia intestinal porque ocorre a substituição do tecido natural por um semelhante àquele que reveste o intestino.
Essa condição não costuma desencadear sintomas para o indivíduo, principalmente quando ela ainda não está em um estágio muito avançado. Porém, é possível perceber a manifestação de sintomas muito parecidos com os do refluxo, sendo:
O tratamento esôfago de Barrett baseia-se em fazer o controle do refluxo e diminuir de forma eficaz o retorno acido por meio da administração de medicamentos ou de cirurgia. Ambas as opções devem ser capazes de diminuir com eficácia a quantidade de retorno de acido e aliviar os sintomas. Em alguns casos utiliza-se ainda ambos tratamentos de forma conjunta.
Os casos mais avançados do esôfago de Barrett e aqueles que não obtiveram sucesso com as terapias conservadoras exigem intervenções maiores. A ablação por radiofrequência da mucosa é realizada para eliminar as células que sofreram transformação para um estagio chamado displasia, que é considerado pré-cancerígeno por causa do contato prolongado e intenso do esôfago com o ácido do estomago. Em casos ainda mais avançados de displasia, a retirada de toda parte interna do esôfago já machucado por refluxo e modificado para esôfago de Barrett chamado de mucosectomia pode ser uma opção.
O intuito do tratamento da mucosa do esôfago ou de prevenir o refluxo acido é evitar que a mucosa continue sofrendo mutações e evolua para um tumor maligno, chamado adenocarcinoma de esôfago. Assim, o esôfago de Barrett não controlado é considerado um fator de risco para o câncer de esôfago, doença também silenciosa que geralmente manifesta sintomas quando em estágio mais avançado, sendo, principalmente a dor e dificuldade ao engolir, alteração do apetite, dor no peito e perda de peso.
Embora o esôfago de Barrett seja uma condição benigna ele precisa ser tratado para que as lesões não evoluam para um caso maligno. Portanto, se você perceber constantemente sintomas de refluxo gastroesofágico é fundamental procurar um médico, assim poderá tratar esse problema com medidas simples, evitando suas complicações.
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