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Qual o impacto da doença celíaca na função hepática?

Atualizado em: 04/04/2024
Por Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira
CRM: 174843 | RQE : 94248 - Cirurgia do aparelho digestivo
Sumário

A doença celíaca pode afetar a função hepática, levando a condições como esteatose hepática e piora do quadro hepático em doenças autoimunes. A eliminação do glúten da dieta é crucial para diminuir danos ao fígado. Além disso, exames e um estilo de vida saudável são essenciais. Entenda mais sobre esse assunto lendo o texto abaixo.

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Qual O Impacto Da Doença Celíaca Na Função Hepática? 2

A doença celíaca é um distúrbio autoimune do trato gastrointestinal desencadeado pela ingestão de glúten, uma proteína encontrada em cereais como trigo, cevada e centeio. Afeta principalmente o intestino delgado, onde ocorre a absorção de nutrientes. 

Quando pessoas com doença celíaca consomem glúten, o sistema imunológico ataca erroneamente as vilosidades intestinais, diminuindo sua superfície de absorção. Essas vilosidades são responsáveis por absorver nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e outros nutrientes importantes para a saúde geral do corpo. 

Portanto, o comprometimento das vilosidades intestinais prejudica significativamente a absorção de nutrientes, levando a uma variedade de sintomas gastrointestinais e nutricionais, como diarreia, fadiga, anemia e perda de peso.

Neste artigo, vamos explorar a doença celíaca, destacando o seu impacto na função hepática, além de abordar como essa doença pode atingir a saúde geral e que cuidados se pode ter para prevenir essas manifestações. Leia até o final e saiba mais!

Como a doença celíaca impacta a saúde geral?

A doença celíaca, além de afetar o sistema digestivo, pode ter impactos significativos na saúde do indivíduo. Uma das principais áreas afetadas é o estado nutricional. 

Devido à diminuição da absorção de nutrientes causada pela inflamação e danos aos vilos intestinais, pessoas com doença celíaca frequentemente sofrem de deficiências de vitaminas e minerais essenciais, como ferro, cálcio, vitamina D, ácido fólico e vitamina B12. 

Essas deficiências podem resultar em uma série de problemas de saúde, incluindo anemia, osteoporose, neuropatia periférica e distúrbios do sistema imunológico.

Além disso, a doença celíaca também pode impactar a saúde mental e emocional. Muitos pacientes experimentam sintomas como ansiedade, depressão e irritabilidade devido ao estresse causado pela condição, bem como às restrições dietéticas associadas ao tratamento. 

A necessidade de evitar o glúten estritamente pode ser socialmente desafiadora e emocionalmente exaustiva, levando a problemas de isolamento social e qualidade de vida reduzida.

A longo prazo, se não for tratada adequadamente, a doença celíaca pode aumentar o risco de desenvolver outras condições médicas graves, como doenças cardíacas, distúrbios neurológicos e até mesmo certos tipos de câncer, além de se relacionar com outras doenças autoimunes.

Que alterações a doença celíaca pode causar no fígado?

A doença celíaca pode causar várias alterações no fígado, afetando sua função e estrutura. Uma das condições hepáticas mais comuns associadas à doença celíaca é a esteatose hepática não alcoólica (EHNA), também conhecida como fígado gorduroso

Nessa condição, há acúmulo de gordura nas células do fígado, o que pode levar a inflamação e cicatrizes (esteato-hepatite não alcoólica), e eventualmente resultar em cirrose hepática.

Além disso, a doença celíaca pode estar associada a outras condições hepáticas, como hepatite autoimune e colangite esclerosante primária (CEP), justamente pela mesma característica de distúrbio imunológico.

A hepatite autoimune é uma doença em que o sistema imunológico ataca as células do fígado, causando inflamação e danos. A colangite esclerosante primária é uma condição na qual os ductos biliares dentro do fígado tornam-se inflamados, estreitados e danificados, o que pode levar a problemas de fluxo biliar e danos hepáticos.

Além disso, alguns estudos sugerem que pacientes com doença celíaca têm um risco aumentado de desenvolver câncer de fígado, embora a relação exata entre as duas condições ainda não seja totalmente compreendida.

É importante que pacientes com doença celíaca sejam monitorados de perto para detectar qualquer sinal de comprometimento hepático, e que recebam tratamento adequado para prevenir complicações e manter a saúde do fígado. 

Que cuidados uma pessoa com doença celíaca deve ter para prevenir essas complicações?

Para prevenir complicações na saúde geral, especialmente relacionadas ao fígado, pessoas com doença celíaca devem adotar alguns cuidados específicos:

  • Adesão estrita à dieta sem glúten: a eliminação completa do glúten da dieta é fundamental para controlar os sintomas da doença celíaca e prevenir danos ao intestino delgado, que podem afetar a absorção de nutrientes e contribuir para problemas hepáticos.
  • Monitoramento da saúde hepática: realizar exames de sangue regularmente para monitorar a função hepática, incluindo testes de enzimas hepáticas e avaliação de marcadores específicos para problemas hepáticos, como hepatite autoimune e esteatose hepática.
  • Manter um estilo de vida saudável: isso inclui evitar o consumo excessivo de álcool, que pode ser prejudicial ao fígado, e adotar hábitos alimentares equilibrados, ricos em frutas, vegetais, proteínas magras e gorduras saudáveis.
  • Evitar medicamentos que possam ser tóxicos para o fígado: alguns medicamentos, como aqueles que contêm paracetamol em doses elevadas e anti-inflamatórios podem ser prejudiciais ao fígado. 
  • Buscar acompanhamento médico regular: consultar um gastroenterologista ou hepatologista regularmente para monitorar a saúde geral e hepática, e discutir qualquer preocupação ou sintoma novo que possa surgir.

Seguir esses cuidados pode ajudar a prevenir complicações hepáticas e manter a saúde geral em pessoas com doença celíaca.

Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira

Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira

CRM: 174843 | RQE : 94248 - Cirurgia do aparelho digestivo
O Dr. Marcos Gouveia tem foco em Cirurgia Bariátrica e Metabólica, além de procedimentos minimamente invasivos do estômago, intestino e de hérnias da parede abdominal.

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