O fígado é o maior órgão do corpo humano, estando localizada na parte superior direita do abdômen. O fígado exerce inúmeras funções na regulação do organismo, na desintoxicação do sangue, na defesa contra infecções, no depósito de energia e na produção de bile que auxiliará no processo digestivo.
Para melhor compreensão os tumores benignos do fígado são apresentados em uma sessão separada.
Os tumores malignos do fígado podem ser divididos em: câncer primário (com origem no próprio fígado) e câncer secundário ou metastático do fígado (com origem em outros órgãos e que atinge o fígado secundariamente).
Dentre os tumores primários do fígado, o mais frequente é o hepatocarcinoma ou carcinoma hepatocelular. Outros tipos de câncer primário de fígado incluem o colangiocarcinoma-originado nos ductos biliares, e outros tipos raros como angiossarcoma (câncer originário dos vasos sanguíneos), o carcinoma fibrolamelar, o linfoma e o hepatoblastoma.
Devido as suas funções, posição estratégica e a maneira como recebe sangue de todo sistema digestivo e, também de outras regiões do organismo, o fígado é o órgão mais comumente acometido por tumores malignos de outros órgãos, o que se denomina metástases hepáticas. Os principais locais primários de tumores que serão metastáticos para o fígado são o intestino grosso (cólon e reto, tumores colorretais), pâncreas, estômago, esófago, pele, próstata, mama, ovário, pulmões, útero, bexiga e rins.
Estimativas de novos casos no Brasil: 6995
Número de mortes anuais no Brasil: 3940
Frequência: É o câncer mais comum no mundo.
Diferentemente dos tumores primários do fígado que apresentam doença do fígado (cirrose e hepatites virais) como maior fator de risco, metástases hepáticas ocorrem em fígados sem doença prévia. Os fatores de risco são comuns ao local primário e prevenção também depende do local de origem do tumor.
Por definição a presença de metástase hepática, independentemente do local do tumor primário, indica câncer avançado. Diferentemente de alguns tumores (colorretal, hepatocarcinoma, mama, próstata) que possuem programas bem estabelecidos para detecção precoce, metástases não possuem programa de detecção precoce.
Geralmente as metástases hepáticas são encontradas durante:
Suspeita de um médico experiente é de fundamental importância para o diagnóstico. O relato dos sintomas e o exame do paciente se associam a alguns exames de sangue e de imagem. Estes podem também confirmar ou não a suspeita de cirrose hepática (link). Os exames de sangue servirão para verificar a saúde como um todo dos pacientes, bem como testar o fígado, os rins e verificar se há obstrução da bile. Marcadores tumorais podem auxiliar no encontro do tumor primário e também ajudar no seguimento pós tratamento.
O diagnóstico é realizado através de tomografia computadorizada ou Ressonância Nuclear Magnética (RNM). A biopsia hepática pode ser necessária para confirmação diagnóstica em alguns casos.
O diagnóstico de metástase hepática estabelece que o tumor primário se encontra em fase avançada. No entanto, é necessário que se complete o estadiamento do tumor primário para que se compreenda se existe envolvimento de outros órgãos (pulmão, cérebro e ossos), além do fígado. Por último precisa-se entender com detalhes o tamanho, número e localização das metástases hepáticas para que se possa planejam o tratamento mais eficaz.
Além dos fatores descritos na sessão de estadiamento de metástase hepáticas, informações sobre o tumor primário são fundamentais para guiar o tratamento das metástases hepáticas.
Assim, o local, se tratamento já foi realizado (e também tipo, tempo e resposta ao tratamento), bem características do paciente, achados de exames de sangue e imagem (tamanho, acometimento de outros órgão e gânglios linfáticos) e patologia (exames no microscópio de parte ou todo o tumor por médico especializado) do tumor primário serão as principais informações que definirão como melhor tratar as metástase hepáticas. A condição principal para a indicação de uma ressecção cirúrgica de uma metástase hepática é a eliminação completa do tumor primário e dos gânglios afetados. Dependendo do tipo de tumor primário isto pode ser realizado antes, após ou ao mesmo tempo do tratamento das metástases hepáticas.
Geralmente, metástase hepática de tumores primários do esôfago, estômago, pâncreas, ovários, útero, bexiga, próstata, rins e pulmões contra-indicam a remoção através de cirurgia com tratamento ficando restrito a quimioterapia e/ou radioterapia. Tumor primário de mama pode ter metástases hepáticas tratados através de cirurgia em casos esporádicos. Metástases hepáticas de tumores primários carcinoides ou neuroendócrinos podem ser tratados através de cirurgia ou em casos selecionados de transplante hepático.
Aqueles pacientes com metástase em fígado do câncer colorretal são os que possuem maior opções de tratamento que possibilitem cura. Estas opções incluem cirurgia (chamada de hepatectomia), associada a radioterapia e/ou quimioterapia (antes e/ou após a cirurgia), tratamentos locorregionais percutâneos (que são realizados através da pele sob sedação com intuito de diminuir o tumor para facilitar ou possibilitar a cirurgia).
A cirurgia, chamada hepatectomia, geralmente encontra como principal limitação o tamanho, a localização, o número de metástases para que se remova parte do fígado sem que se altere a função do fígado. Hoje, em alguns casos, pode se utilizar laparoscopia para estes tipos de cirurgia (hepatectomia videolaparoscópica) para que o paciente possa se beneficiar com uma cirurgia minimamente invasiva (Saiba mais sobre laparoscopia e cirurgia minimamente invasiva).
Melhores resultados são obtidos com utilização simultânea de várias formas de tratamento da metástase hepática, combinando cirurgia, quimioterapia local ou sistêmica, procedimentos percutâneos (com sedação e guiados por imagem através da pele), radioterapia, radiofrequência e envolvendo múltiplos especialistas que combinam sua experiência para maior do portador de metástase hepática.
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