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As complicações do refluxo gastroesofágico não tratado

Por Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio22/07/2020
Tempo de leitura: 3 minutos
Por Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio
22/07/20
Sumário
A Imagem Mostra Uma Ilustração Do Esôfago E Umas Bolhas Saindo De Um Líquido Que Está Dentro Deste Órgão.
As Complicações Do Refluxo Gastroesofágico Não Tratado 2

Episódios isolados de refluxo gastroesofágico não oferecem grandes riscos de complicações. No entanto, quando os eventos ocorrem com mais frequência, o esôfago é machucado e podem surgir problemas associados em decorrência dessas agressões.

Por isso, o refluxo requer atenção quando se manifesta constantemente, exigindo acompanhamento médico para definir quais medidas são mais eficazes em cada caso.

Você sabe por que é tão importante fazer o tratamento do refluxo? Continue lendo e veja quais complicações são decorrentes dele para compreender que a preocupação não é apenas com os sintomas incômodos que provoca, mas com a saúde de um modo geral.

Estenose

Quadros de estenose se caracterizam pelo estreitamento de uma estrutura orgânica com formato tubular. As agressões sofridas pelos tecidos do esôfago desencadeiam feridas que cicatrizam e formam membranas fibróticas. Esse quadro causa alterações na anatomia natural do órgão.

Como consequência, o indivíduo pode sentir dificuldade para engolir ou mesmo dores durante a deglutição. Essas reações acontecem porque o esôfago fica estreito demais para permitir a passagem dos alimentos, e pode ter como consequência, também, o emagrecimento em função da dificuldade de se alimentar.

A esofagite é uma inflamação que se manifesta no esôfago. Entre outras causas ela também pode ser decorrente de episódios frequentes de refluxo gastroesofágico. Nesse caso, é provocada pelo contato excessivo com os ácidos do estômago.

Os tecidos esofágicos não têm a mesma proteção que a parede estomacal, por isso, quando em contato com os ácidos, eles sofrem agressões e pequenas lesões. Há uma resposta do organismo em função desses machucados, que acabam inflamando e provocando a esofagite.

Úlcera de esôfago

Como explicamos, o esôfago não tem uma estrutura devidamente preparada e protegida contra a composição dos sucos digestivos. Assim, além da esofagite, existe a possibilidade de o refluxo gastroesofágico levar à formação de úlceras.

Elas são feridas que se formam nas paredes do esôfago, da mesma forma como podem acontecer dentro do estômago. São bastante dolorosas e podem ser numerosas, dependendo das agressões sofridas pelo órgão e do nível de acidez do conteúdo estomacal.

Esôfago de Barrett

Os tecidos que compõem o esôfago são formados por células com características específicas desse órgão. Porém, elas podem sofrer transformações por causa do contato excessivo com o conteúdo estomacal e em função da sua acidez.

Pacientes que convivem há muito tempo com o refluxo podem desenvolver no esôfago células similares àquelas encontradas no intestino. Esse problema recebe o nome de esôfago de Barrett.

Essa alteração não provoca sintomas específicos, no entanto, o indivíduo pode manifestar aqueles que já são decorrentes do próprio refluxo gastroesofágico, sendo azia, sensação de queimação, desconforto no tórax, tosse entre outros. A preocupação está no fato de que ele favorece a manifestação do câncer esofágico e necessita de seguimento e tratamento mais avançados.

Câncer esofágico

O câncer do esôfago pode ser provocado pelo refluxo esofágico em função das alterações nas células que citamos no item anterior. Como você viu, o esôfago de Barret aumenta as chances de o indivíduo desenvolver células malignas com o passar do tempo.

É verdade que nem todos os pacientes com refluxo ou esôfago de Barret vão desenvolver um câncer. De toda forma, o quadro precisa ser acompanhado de perto para evitar a progressão da doença e essa possível complicação.

Por isso, o retorno do conteúdo estomacal deve ser devidamente investigado e tratado para evitar as agressões contínuas ao esôfago, que vão agravar a condição e favorecer novas mutações celulares, levando ao desenvolvimento do câncer.

Os sintomas do refluxo gastroesofágico por si só são bastante desconfortáveis e afetam o bem-estar e a qualidade de vida. Porém, o tratamento é fundamental também para evitar essas complicações que citamos. Por isso, se você sente o retorno do conteúdo estomacal com frequência procure ajuda médica para conter o problema.

Dr. Marcos Paulo Gouveia de Oliveira | Hepatogastro

Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio

CRM: 143673 | RQE : 58423 - Cirurgia do aparelho digestivo
O Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio é Mestre e Doutor em Cirurgia. Pós-doutorado e Fellow nos Estados Unidos. Especialista em Cirurgia Digestiva e Videocirurgia. Atua como cirurgião do aparelho digestivo, com ênfase em cirurgia de fígado, pâncreas e vias biliares.
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Última atualização: 16/04/2024 às 14:40
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