Clínica Hepatogastro

Câncer de Pâncreas: o que é?

Por Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio02/07/2021
Tempo de leitura: 5 minutos
Por Dr. Paolo Rogério de Oliveira Salvalaggio
02/07/21
Sumário
Câncer De Pâncreas: O Que É? | Clínica Hepatogastro
Câncer De Pâncreas: O Que É? 2

Sobre o pâncreas

O pâncreas é uma glândula do aparelho digestivo, localizada na parte superior da cavidade abdominal, atrás do estômago anatomicamente, o pâncreas pode ser dividido em três partes: a cabeça (lado direito); o corpo (seção central) e a cauda (lado esquerdo).

O pâncreas é responsável: 1) pela produção de enzimas (parte glandular ou exócrina) que atuam na digestão dos alimentos, 2) pela produção de hormônios (parte endócrina) dentre os quais se destaca a insulina – responsável pela diminuição do nível de açúcar no sangue.

Tumores do pâncreas: introdução

O tumor de pâncreas mais comum é o adenocarcinoma (que se origina no tecido glandular), correspondendo a 90% dos casos diagnosticados. A maioria dos casos afeta o lado cabeça.

Saiba mais sobre outros tipos de câncer de pâncreas (link para tumores endócrinos do pâncreas).

Pelo fato de ser de difícil detecção, o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de morte, por conta do diagnóstico tardio.

São estimativas cerca de 35000 novos casos de câncer de pâncreas nos Estados Unidos e cerca de 10000 no Brasil.

Prevenção e fatores de risco para tumores do pâncreas

Fatores ambientais e dietéticos colaboram para formação deste câncer em aproximadamente 90% das vezes. Fatores genéticos e hereditários são responsáveis por menos de 10% dos casos.

Assim:

-Não fume! Cigarro é o maior fator de risco para tumor de pâncreas. Fumantes tem de três a dez vezes mais chance de ter câncer de pâncreas que não fumantes.

– Evite bebidas alcoólicas.

– Adote uma dieta balanceada. Este tipo de câncer se relaciona ao consumo excessivo de gordura e carne.

– Não se exponha a compostos químicos, como solventes e petróleo

– Exames médicos periódicos se você: tem pancreatite crônicadiabetes melitus, foi submetido a cirurgias de úlcera ou da vesícula biliar, ou tem histórico familiar de câncer de pâncreas.

Detecção Precoce do tumor de pâncreas

A maior parte dos casos da doença é diagnosticada em fase avançada, dificultando a cura. O tumor normalmente desenvolve-se sem sintomas, sendo difícil diagnosticá-lo na fase inicial. Diferentemente de outros tipos de câncer (como de mama pela mamografia ou de cólon pela colonoscopia) não existe teste de “screening” para detecção do tumor em fase inicial.

Sintomas do câncer de pâncreas

Dependerão de onde está localizado o tumor. Os sintomas mais perceptíveis são: perda de apetite e de peso, fraqueza, diarreia e tontura.

O tumor que atinge a cabeça do pâncreas possui como sintoma comum a icterícia (em metade dos pacientes). O tumor causa obstrução do ducto biliar (bile não flui do fígado para o intestino), e deixa a pele e os olhos amarelados, chamado de icterícia (link para figura de esclera ictérica). Na maioria dos casos ocorre inicialmente icterícia sem dor!

Conforme o tamanho e local do tumor, pode ocorrer dor. Esta é de pequena intensidade inicialmente e aumenta com o crescimento do câncer. Localiza-se na região superior da barriga e nas costas (link para figura de local da dor).

Diagnóstico do câncer de pâncreas

Suspeita de um médico experiente é de fundamental importância para o diagnóstico. O relato dos sintomas e o exame dos pacientes se associam a alguns exames de sangue e de imagem.

Os exames de sangue servirão para verificar a saúde como um todo dos pacientes, bem como testar o fígado, os rins e verificar se há obstrução da bile.

Existem também marcadores tumorais (CA 19-9) que não são completamente específicos para o tumor de pâncreas, mas podem ajudar no seguimento do tratamento.

Exames de imagem são fundamentais para fechar o diagnóstico e verificar qual tipo de tratamento pode ser empregado. A tomografia computadorizada do abdome é o exame de escolha. Algumas vezes se começa a investigação com ultrassonografia abdominal. Pode-se utilizar uma ultrassonografia endoscópica para fechar o diagnostico ou verificar a possibilidade de ressecção cirúrgica.

Na prática, raramente a biópsia (retirada de parte do tumor para estudo no microscópio) será necessária para conclusão diagnóstica.

Estadiamento do câncer de pâncreas

Após o diagnóstico confirmado serão realizados outros exames de sangue e de imagem para entender em que fase se encontra o câncer. A este processo damos o nome de estadiamento. Com o uso de tomografia computadorizada e exames de sangue conhecidos como marcadores tumorais, pode-se estabelecer em que fase se encontra o câncer pancreático. Os tumores de pâncreas apresentam maior possibilidade de cura em sua fase inicial. Na maioria dos casos, achados da cirurgia também contribuirão para o estadiamento do tumor. Câncer de pâncreas em fase inicial é aquele limitados ao pâncreas. Os tumores de fase intermediária acometem também os gânglios linfáticos ao redor do tumor e os tumores avançados podem envolver outros órgãos próximos, vasos sanguíneos importante ou órgãos distantes (ao que se dá o nome de metástase).

Tratamento do câncer de pâncreas

A cura do câncer só é possível quando este for detectado em fase inicial (localizado no órgão). Cirurgia de pancreatectomia (remoção da parte do pâncreas e outros órgãos com o tumor) é o único tratamento capaz de curar o câncer de pâncreas.

Em alguns casos pode se utilizar laparoscopia para estes tipos de cirurgia (pancreatectomia videolaparoscopica) para que o paciente possa se beneficiar com uma cirurgia minimamente invasiva (Saiba mais sobre laparoscopia e cirurgia minimamente invasiva).

Em pacientes cujos exames já mostraram metástases à distância ou estão em precário estado clínico, o tratamento não visa a cura, mas a melhoria da qualidade de vida e diminuição das complicações da doença. Cirurgia, endoscopia, injeção local, radio e ou quimioterapia, podem ser usadas como método isolado ou em associação.

Resultado do tratamento de câncer pancreático

O câncer de pâncreas ainda é uma doença de cura difícil. A chance de cura medida após 5 anos do tratamento, mesmo nos casos em que o tratamento cirúrgico é possível, gira em torno de 10%. A quimioterapia pode aumentar a chance de sobrevivência sem sinais da doença, principalmente nos casos em que a ressecção cirúrgica foi possível.

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Última atualização: 28/03/2024 às 14:40
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